segunda-feira, 2 de março de 2009

“Jornada literária”

por Alessandra Pires Hostyn

Estava na aula de Português e a professora repetiu a famosa frase: Aprendemos a falar ouvindo e aprendemos a escrever...LENDO! Como já havíamos recebido a proposta de elaboração de um memorial de leitura, comecei a refletir sobre de que forma a leitura entrou na minha vida.
Tenho ótimas lembranças do meu processo de alfabetização, quando aprendi as letras do alfabeto todas eram atribuídas a alguma imagem, cujo desenho se encaixava perfeitamente a grafia da letra, me recordo de todas aquelas bandeirinhas em cima do quadro negro, A - abelha, E – escova, I – índio, O – óculos, U – urso. A etapa da alfabetização foi muito tranqüila para mim, eu adorava ir à escola e aprender matérias novas, acredito que essa facilidade deve-se também ao fato de meus pais incentivarem muito a leitura, meu pai sempre trazia para mim e para meu irmão, livros com historinhas novas, sempre esperávamos ele chegar do trabalho para nos contar ou para mostrarmos o que tínhamos aprendido em aula. Os livros que meus pais compravam eram de contos de fadas, de colorir, de completar e também tinha uma coleção da Walt Disney que falava de várias curiosidades, este último era muito legal, porque tinha assuntos diversos, era interdisciplinar.
Um dia desses estava assistindo à televisão e passou um desenho do “Pateta” que abordava os assuntos (conhecimentos gerais) da mesma forma que nos livros que falei anteriormente. Imediatamente, lembrei-me da coleção do Walt Disney, acredito que foi deles que saiu a adaptação para os desenhos animados, porque bem ou mal é muito mais atrativo para as crianças de hoje. Eu e meu irmão não costumávamos assistir televisão, lembro que tínhamos alguns LP´s de historinhas, escutávamos todos os dias, já sabíamos de cor o que ia acontecer, mas adorávamos ficar imitando o locutor.
Por volta dos meus nove anos de idade, meu pai me deu um livro em inglês, um livro gigante, com muitas páginas e com imagens lindas, cada página ilustrava uma situação do dia-a-dia e cada figura tinha identificada sua nomenclatura em inglês. Se eu viajasse para um país de língua inglesa e sentisse fome, com certeza não teria dificuldade em me expressar, pois essas palavras eu tinha na ponta da língua, talvez porque elas se repetissem bastante durante o livro.
Quando ganhei o livro, estava na terceira série do ensino fundamental. Lembro que era o primeiro ano que eu estava tendo a disciplina de Inglês, agora vejo que realmente existem leituras que marcam, seja por serem introduzidas de forma instigante, agradável, seja por serem repetitivas. No caso do inglês aconteceu o “fenômeno da repetição” a professora sempre lia o mesmo poema: “roses are red, violets are blue, sugar is sweet, and so are you”. Já no português tinha um poema, não sei o nome do autor, mas seguidamente ele me vem na memória, dizia o seguinte: “Eu não gosto do meu nome, não foi eu quem escolheu, se eu pudesse escolher o meu nome, não escolheria o seu / O bebê que vai nascer, vai chamar como padrinho, vai chamar como o vovô, vai ser sem nome pobrezinho...Quando eu tiver um filho, não vou pôr nome nenhum, quando ele for bem grande, ele que escolha um.” Tínhamos um colega que foi adotado, os pais mudaram seu nome logo que chegou na escola, imaginei que isso não fosse possível. Me identifiquei muito com o poema e me recordo que sempre perguntava para meus pais: por que escolheram Alessandra? Todos os meus colegas tinham nomes com 5 ou 6 letras e o meu tinha dez, nunca cabia nos espaços deixados pelos professores. Depois de ler o poema eu também queria mudar meu nome.
Ao passar para quarta série do ensino fundamental, troquei de escola, fui estudar em uma escola municipal, naquele tempo não vi muita diferença no ensino da privada e da pública, confesso me adaptei bem a nova escola e até preferi, pois na escola pública tinha muitas atividades extraclasse e o melhor, gratuitas. Sempre participei das oficinas, a que eu mais gostava era a de teatro, que contribuiu muito para minha formação como leitora.
Apresentávamos na escola a peça “Biblió-Uma graça de traça” na qual eu interpretava a própria Biblió, que é uma traça que ao invés de devorar os livros, os lê e protege. Sempre que íamos nos apresentar tínhamos que montar uma biblioteca, e isso nos levou a criar um grupo de contação de histórias em que fazíamos apresentações em forma de teatro e fantoches para as crianças da pré-escola, os contos infantis eram: Chapeuzinho vermelho, Patinho feio, Peter pan, todos que em algum momento meus pais já haviam lido para mim.
Sempre gostei de ler, mas com o passar dos anos e com a falta de incentivo pela a leitura, fui relaxando, retirava livros na biblioteca por costume, mas não fazia a leitura como fizera uma vez, era mais um ler por ler, ou seja, ler sem entender.
A escola não cobrava leituras, as professoras de português não incentivavam, estávamos cansando das oficinas de contação de histórias. Não foi só o pouco caso das professoras, mas também desleixo nosso, não buscamos ler outras obras mais complexas. Como a professora de ciências tinha um projeto, “Oficina de sexologia”, e estávamos na adolescência, cheias de dúvidas, abandonamos os pequenos e passamos a tentar desvendar nossas curiosidades para poder passar o conhecimento adquirido para os demais colegas da nossa classe.
No ensino médio não foi diferente, o desinteresse pela leitura só aumentou, na verdade eu até gostava de interpretar e refletir sobre os poemas e até mesmo sobre as frases de pensadores, que aprendíamos em Filosofia, mas isso não era explorado e nem incentivado na aula, a aula era só pra copiar a matéria no caderno.
Ao refletir sobre como a escola contribuiu na minha formação como leitora, me dei conta que o ensino médio foi um dos maiores causadores do desinteresse pela leitura, pois tenho poucas lembranças das leituras que realizei no ensino médio, ou melhor, me recordo de dois momentos. Um deles foi a proposta de um seminário, cada aluno recebeu um clássico da literatura brasileira para ler e apresentar para os colegas, a outra atividade era apresentar um dos autores brasileiros.
A obra que recebi foi “Iaiá Garcia” de Machado de Assis, confesso que até pouco tempo não sabia quem era o autor da obra, nem da história eu lembro, naquele momento foi algo muito insignificante para mim. Agora que sou estudante de Letras, percebo o quanto é importante fazer relações entre os assuntos, pois o autor que tive de apresentar era Álvares de Azevedo, nada a ver com a obra que li, o autor tem outra proposta, mas desta apresentação eu lembro bem, até hoje sei falar sobre o autor que apresentei, pois me interessei pela vida dele e por suas obras, tanto que o primeiro livro que escolhi para ler foi “Noite na Taverna”, lembro que gostei dos contos e sempre lia uns trechos para os meus pais.
Depois de ter concluído o ensino médio, a leitura foi retornando a minha vida pouco a pouco, primeiro vieram os livros de espiritismo que contavam histórias ditas “reais” e naquela época eu gostava muito, acredito que até pelo fato de estar na adolescência, tentava buscar explicações em tudo e aquela leitura de uma forma ou de outra me trazia respostas. Não sei se hoje eu me interessaria tanto por esse tipo de livro, acredito que eu faria uma leitura completamente diferente.
Ao ingressar na Universidade, no curso de Educação Física, dei uma pausa nas leituras por “lazer”, pois tinha muitas coisas novas para estudar, até que certo dia no meu trabalho, um colega, hoje meu namorado, ficava me chamando de “Capitu” e eu não conhecia essa tal de “Capitu”, então ele falou: “Tu não leu “Dom Casmurro”? Onde tu estudou?” Naquele momento me senti uma ignorante, decidi que ia ler a obra, pois não queria ser comparada com alguém que eu não conhecia. Falando em ignorância, lembrei de uma aula de literatura sul-riograndense em que a professora, Luciana Coronel, fez um comentário sobre a leitura que se encaixa perfeitamente nesse momento, disse: “À medida em que vamos acumulando leituras, vamos diminuindo o peso da ignorância”. Concordo com a observação feita pela professora, pois a cada nova leitura me sinto maior.
Voltando a “Capitu”, minha avó me deu o livro “Dom Casmurro” de Machado de Assis e toda coleção dos clássicos da literatura brasileira. Li a obra e me tornei fã da “Capitu”. Depois fui lendo as outras obras, mas a minha favorita continuou sendo “Dom Casmurro”.
Por motivos financeiros, tranquei a faculdade e decidi fazer cursinho pré-vestibular para tentar ingressar na UFRGS, ao assistir a aula de literatura, resolvi que mudaria de curso, prestaria vestibular para Letras. As aulas de Literatura, chamadas por muitos de “aulas show” o que de fato é um espetáculo, me encantaram, apesar de o conteúdo ser resumido e específico para o vestibular, adorei a forma como o professor ministrava a aula, tinha muito conhecimento e domínio total da turma, não conheço uma pessoa que fez cursinho que não diga que as melhores aulas eram as de literatura.
Foram às aulas do professor Bondan que me incentivaram a mudar de curso e a sentir prazer na leitura, na verdade não era que eu não gostasse de ler, eu tinha preguiça de tentar entender as histórias, não conseguia enxergar certas coisas e o professor clareou minhas idéias e nos ensinou o caminho mais fácil e prazeroso, assim como me mostrou e ensinou a importância da leitura.
No ano seguinte, ingressei no curso de Letras do IPA, confesso que no começo estava odiando, acredito que por ter vindo de um curso com muitas disciplinas práticas, chegar e ter que ficar preso na sala de aula vendo todo dia o mesmo assunto, fiquei em dúvida se tinha escolhido o curso certo, mas resolvi apostar.
Durante a vida acadêmica foram muitas as experiências com a leitura, aprendi a não só ler, mas entender o que estou lendo, embora algumas vezes ainda fique confusa. Vejo essa confusão de idéias como algo positivo, que só a literatura nos proporciona, pois nos permite sonhar, fantasiar, imaginar, ir além, fazer relações com momentos históricos e com o cotidiano. Um aspecto que percebi nas obras lidas, é que as questões abordadas nas obras, são iguais as de hoje, o que muda é o período histórico. Então se estabelecermos uma relação entre o ontem e o hoje, fica muito mais fácil de entender.
No período acadêmico, teve uma pessoa em especial que reforçou a importância de ler e entender, apesar de todos os professores baterem nessa tecla. A professora Zila que deu veracidade a esta sentença. Foi a partir do momento que ela veio lecionar para nossa turma, que eu e muitos dos meus colegas mudamos a nossa visão sobre a literatura e principalmente formamos nossa opinião sobre a didática mais adequada para as aulas.
Tenho o imenso prazer de dizer que cada sementinha que a Zila plantou, germinou e deu ótimos frutos, porque se hoje a leitura está inserida como uma atividade de lazer em minha vida é graças às aulas, aos conselhos e a paixão que ela tem pela literatura que podemos sentir a cada aula.
Lembro que no terceiro semestre ela pediu para lermos “Mrs. Daloway” de Virgínia Wolf, eu acabei não lendo naquele momento, mas depois do seminário que tivemos uma breve explanação do enredo da obra, adquiri o livro e fiz a leitura nas férias, achei a construção da história um pouco complexa, fiquei sabendo que o filme “As Horas” de Stephen Daldry, tinha uma relação com o livro, então resolvi assisti-lo. Foi muito proveitoso e esclarecedor ter assistido ao filme, achei muito importante fazer essa relação. Depois foi solicitado que lêssemos “Dom Casmurro”, de Machado de Assis, após a leitura assistimos ao filme “Dom” de Moacyr Góes, para que pudéssemos fazer uma relação entre obra e cinema, novamente foi muito importante, pois pude verificar que o cinema pega a idéia principal da obra, mas nem sempre é uma reprodução fiel.
A relação livro x cinema, provou o quanto é mais gostoso ler: poder criar, poder imaginar como são os personagens, o ambiente em que a história acontece, pois lendo criamos o nosso cenário particular.
Quando realizamos o trabalho sobre a obra “Dom Casmurro”, senti ainda mais admiração por “Capitu”, já a admiração por Machado de Assis iniciou-se nesta aula, pois foi a partir desse momento que conheci a genialidade desse autor.
Também fizemos a relação livro x cinema, com outra obra de Machado de Assis, “Memória Póstuma de Brás Cubas”, diferente do filme “Dom” que era uma adaptação do “Dom Casmurro” contemporâneo, o filme “Memória Póstumas de Brás Cubas” de André Klotzel, era quase que fiel a obra, o que torna o filme muito massante, então novamente o livro prevaleceu como melhor instrumento para conhecer a obra. Quando penso em Brás Cubas, sempre lembro da professora dizendo: “Vocês já imaginaram uma pessoa contar a sua história depois de morta?”. Sim, muitas coisas marcam nossas leituras.
Da mesma forma que quando tivemos que ler “Senhora”, de José de Alencar resgatei a imagem do professor Bondan, fazendo a encenação do “câmbio” que existiu entre Aurélia Camargo e Fernando Seixas. Tal lembrança iluminou minha leitura, o que a tornou muito agradável.
Ao final do terceiro semestre, a professora Zila nos indicou diversos livros para lermos nas férias, comprei vários, pois acreditava que seriam ótimos. Li quase todos durante as férias, pensei que teríamos que utilizar algum no próximo semestre, mas para minha surpresa só utilizamos um: “Alice no País das maravilhas” de Lewis Carroll, achei a história bem surpreendente, pois já tinha lido a história quando criança e era bem diferente.
Das indicações de leituras para as férias, uma das que mais gostei foi “À volta ao mundo em 80 dias” de Júlio Verne, não conseguia parar de ler o livro, estava curiosa pra saber se “Fíleas Fogg” ganhou ou não a aposta.
Adorei as indicações, foi a partir deste momento que comecei a ter um contato mais intenso com a literatura estrangeira, acredito que até pelo fato de não serem obrigatórias tive a oportunidade desfrutar melhor das leituras. Das obras indicadas li: “1984” de George Orwell, “O Pequeno Príncipe” de Antoine de Saint-Exupéry, “Os três Mosqueteiros” de Alexandre Dumas, “Moby Dick” de Herman Melville, “O retrato de Dorian Gray” de Oscar Wilde, “Crime e castigo” e “Noites Brancas” de Fiódor Dostoievski, “O Diário de Anne Frank” de Anne Frank, “Cem anos de solidão” de Gabriel Garcia Marquez, “Metamorfose” de Franz Kafka, “ Admirável mundo novo” de Aldous Huxley, “Divina Comédia” de Dante Alighieri, “Tristão e Isolda” de Joseph Bedier, enfim foram leituras que acrescentaram muito na minha formação como leitora e até mesmo como uma forma de inserção na sociedade, me tornou uma pessoa mais crítica, sem contar o enriquecimento cultural que adquiri.
Também teve outra obra, de literatura estrangeira, leitura obrigatória, mas que gostei muito, foi “Último Vôo do Flamingo” de Mia Couto. Achei muito legal, apesar de ser um realismo fantástico, o enredo foi tão bem construído, que em alguns momentos eu me perguntava será que a história realmente não aconteceu? O autor se utilizava de elementos e crenças do povo de Moçambique para dar verossimilhança à história.
Como adoro cinema, muitas vezes quando estou assistindo a um filme encontro vários elementos que se relacionam com uma das obras citadas, por exemplo: “Match Point” de Woody Allen que se inspira na obra de Dostoievski, “Crime e Castigo”, “V de vingança” de James McTeigue, que apesar de ser baseado na obra de Allan Moore, trás elementos, como as “tele-telas” que aparecem na obra de George Orwell, “1984”. O filme “Escritores da Liberdade” de Richard LaGravenese é um filme fantástico, um dos melhores filmes para trabalharmos com literatura, principalmente em fase de estágio curricular. Tem uma linguagem muito simples, busca incentivar os alunos a lerem e gostarem da literatura e também a criarem suas próprias histórias, sejam elas reais ou imaginárias, todas essas questões são introduzidas a partir da obra: “O Diário de Anne Frank”. É uma ótima sugestão para trabalharmos com os alunos.
Retornando aos livros, vamos falar de literatura infanto-juvenil, teve uma obra que me marcou muito, antes de iniciarmos a leitura da obra, a professora nos falou um pouco sobre a história da vida da autora, que por sinal era encantadora e deu um “roteiro” de leitura, esse roteiro foi fundamental para que eu conduzisse minha leitura e para que a obra me conquistasse da forma que conquistou. Duas vezes por semana, nas férias reúno meus pais e meus dois irmãos para contar uma das histórias que li e gostei, “A bolsa amarela” de Lygia Bonjuga foi uma delas, depois de contar em casa, levei para uma das festas de família e contei para os meus primos, enquanto eu contava minha prima, que é pedagoga, fazia uma encenação, foi muito divertido. A primeira frase da obra me vem a cabeça em diversos momentos: “Eu tenho que achar um lugar pra esconder as minhas vontades”. Há dias que me sinto como a “Raquel”, as minhas vontades engordam, engordam, engordam tanto que nem cabem mais em mim, de repente sem que nem eu as perceba, desaparecem. Quando li a “A bolsa amarela”, logo lembrei do poema, citado anteriormente, sobre poder escolher nosso próprio nome, quando somos crianças estamos sempre buscando resposta, e é o que “Raquel” busca.
Viajando pelo regionalismo urbano me deparei com “Os ratos” de Dyonélio Machado, que me marcou, mas não de forma tão positiva como a obra anterior. Comecei a ler ao terminar o ensino médio, pois queria começar a ler algumas obras, não deu certo, o livro era muito chato e cansativo o que fez de minha experiência frustrante. Quando estava fazendo cursinho, novamente fiz a tentativa de começar a ler o livro chato, sem sucesso. No primeiro dia de aula de Literatura Sul-riograndense, qual a primeira leitura que a professora solicitou? “Os Ratos”, Como eu já estava cansada de tirar este livro da prateleira, decidi que dessa vez ia ler até o final, para minha surpresa a leitura não foi tão entediante, acredito que eu já estava mais preparada para fazer essa leitura. Estava angustiada, sofrendo junto com “Nazieazeno”, de repente ele ganhou na roleta o dinheiro que precisava, por instantes achei que o sofrimento tinha acabado, engano meu, foi só mais uma barreira criada, “Naziazeno” continuou jogando e perdeu tudo novamente. Cansei de torcer por ele, estava ansiosa para chegar ao fim e saber se afinal os ratos roeram ou não roeram o dinheiro. Minha experiência com “Os Ratos” provou que estamos sempre amadurecendo como leitores.
Em torno de “1984”, tive um “Sonho de um noite Verão”, contei a “Shakespeare” e a “Édipo Rei”, ambos sugeriram que eu dividisse esta experiência com vocês.
Em uma “Manhã transfigurada” andei “Um quarto de légua em quadro” até encontrar o “Pequeno Príncipe” o qual me convidou a uma viagem de “Volta ao mundo em 80 dias”. Peguei minha “Bolsa Amarela” e embarquei nessa viagem, me aventurei em terra com “Os Três Mosqueteiros” e no mar com “Moby Dick”. Me confundi com “Mrs. Daloway” assim como me contagiei com o amor proibido de “Tristão e Isolda” e mesmo com “O Amor em tempos de cólera” acreditei no amor que a “Senhora” sentia por “Seixas”. Virei fã incondicional de “Capitu”, pois não fui cega como o tal “Dom Casmurro” dono de um ciúme obsessivo.
Foi na “Barca do inferno” que me deparei com “Brás Cubas”, esse me levou a ver o ciclo da vida de forma inversa, começamos pela morte, nesta estada do outro lado encontrei “Policarpo Quaresma” que por cometer o “Crime” de amar demasiadamente a pátria, teve como “Castigo” um “Triste fim” e para que eu não fosse punida com “Cem anos de solidão” pedi ao “Pai Goriot” que me ajudasse a voltar. Quando retornei, dei de cara com “O Retrato de Dorian Gray” que estava sendo roído pelos “Ratos”, parece uma “Divina Comédia”, mas “O Primo Basílio” estava tentando afastá-los com “O Pêndulo do relógio”, foi quando aconteceu uma “metamorfose” e então fui apresentada ao “Admirável mundo novo”, o Universo da Leitura. Foi a partir deste sonho, que assim como “Anne Frank” estou criando meu diário, que inicia com a seguinte frase: “Hoje tenho plena convicção que minha jornada literária está só começando!”


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